sexta-feira, 17 de junho de 2016

Contratos de associação: a etapa seguinte





Impressiona-me o número de livros em casa. MENOS de 25 livros em 29% das famílias do ensino privado, em mais de um terço das famílias do ensino público... 25 livros: 2 livros por mês, num ano!



A escola é a casa do conhecimento da democracia - garantindo acesso a todas as crianças à leitura e ao seu desenvolvimento, pela prática continuada do seu exercício. As bibliotecas escolares e as bibliotecas públicas são a uma garantia de verdade nessa condição.

Interessante seria considerar este indicador na análise - confrontando as coleções das bibliotecas escolares no ensino público e no ensino privado, e livros em casa em ambos os casos, e cruzando com a oferta das bibliotecas públicas na área.

"se é legítimo que as escolas privadas selecionem os seus alunos, de modo a poderem disputar lugares nos rankings (imperativo da sobrevivência e do lucro, a competição está-lhes no sangue, faz parte da sua natureza e do seu «modo de vida»), já em relação aos colégios com contrato de associação não é suposto que tal aconteça, uma vez que estes estão vinculados à prossecução de desígnios da escola pública. Se durante muito tempo a carência de oferta da rede pública relaxou os necessários mecanismos de escrutínio estatal destes colégios, impõe-se que tal não continue a suceder.
Ou seja, para que cumpram efetivamente os seus compromissos com o Estado, aos colégios privados com contrato de associação não basta não serem redundantes em termos de oferta de rede. É preciso que cumpram também (como alguns de resto fazem, exemplarmente) princípios essenciais das políticas públicas de educação: sentido de rede e de contexto, cooperação, igualdade no acesso, fomento da mobilidade social e da igualdade de oportunidades para todos. É esse o passo que importa agora dar, uma vez resolvida a questão das redundâncias."


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